quarta-feira, 5 de março de 2014

Psicoterapia Centrada Na Pessoa

     Essa orientação terapêutica foi desenvolvida por Carl R. Rogers (1902-1987). O fundamento da Psicoterapia Centrada Na Pessoa do paciente é constituído pela tese segundo a qual a vida, no melhor dos casos, é um processo fluido, que se transforma permanentemente. A pessoa vive em um mundo de experiências em constante mutação, cujo centro crê ser ela mesma. Na pessoa aparecem estímulos e informações do mundo ambiente na forma de experiências e percepções.

     Reage ao mundo, tal como ela o experiência e o percebe. Por meio de experiências contínuas com a própria pessoa, desenvolve-se o Self. Aqui são coligidas suposições sobre as próprias capacidades, avaliações de si mesma e de outras pessoas consideradas importantes. O Self surge a partir de interações entre pessoa e o meio ambiente, e influencia a percepção e as avaliações de uma pessoa. A Terapia funda-se na tese segundo a qual toda pessoa possui a capacidade de desenvolver-se no sentido de uma maior maturidade e melhor funcionalidade psíquica.

Carl R. Rogers (1902-1987)

     Rogers acreditava que cada pessoa traz em si uma força que lhe ajuda a procurar e tornar o caminho ótimo. Essa força foi designada por ele como Tendência de Atualização. Esse caminho, contudo, pode ser atrapalhado por dificuldades ou sofrimentos atuais; nesse caso, o desenvolvimento é prejudicado. Distúrbios psíquicos ou sofrimentos surgem como consequência de uma assim chamada Incongruência. Todo homem tem a necessidade de desenvolver-se o melhor possível. Mas isso só ocorre quando as condições externas para tal são ótimas. Nas fases iniciais do desenvolvimento, a pessoa precisa de amor, conforto e atenção positiva de uma Pessoa-Referência para pode construir o Self e o Autoconceito. Se suas necessidades estiverem em contradição com o sistema de valores da Pessoa-Referência, a atenção positiva dessa pessoa referencial deixa de existir. Repetindo-se semelhantes situações, as próprias necessidades deixam de ser percebidas ou são distorcidas. O Autoconceito orienta-se então pelos desejos e necessidades da Pessoa-Referência, desqualificando-se assim as próprias necessidades. Isso acontece para atrair a atenção necessária. A esse fenômeno Rogers dá o nome de Incongruência.
     Para esta forma de Psicoterapia, estão em primeiro plano as seguintes questões: O que eu sou? De onde eu venho? O que quero? O paciente obtém assim acesso a seus pensamentos, e toma então consciência de sua Incongruência. Com isso está criada a pré-condição para uma reorganização do Autoconceito.

     Rogers interessava-se por quais intervenções terapêuticas são mais efetivas. Por isso, durante vários anos ele analisou os protocolos gravados em fita magnética de sessões terapêuticas. E chegou assim ao reconhecimento de que é mais importante para o paciente ter as condições apropriadas para ele mesmo controlar os seus problemas do que receber conselhos e prescrições de um terapeuta.

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