quarta-feira, 31 de julho de 2013

Definição De Psicologia Hoje




     Como podemos estudar até aqui, não existe nenhuma imagem unitária da Psicologia. A Psicologia sempre foi dependente das imagens do homem e das diretrizes filosóficas dominantes e, desse modo, também esteve submetida a permanentes mudanças. Por isso, as definições antigas de Psicologia, como ciência da alma, ou termos como "Seelenkude" (doutrina da alma) se revelam insuficientes. Ainda hoje, inexiste uma definição unitária.
     Quem se põe à procura de tal definição, dá-se logo conta de sua inexistência. Em contrapartida, há de encontrar muitas definições diferentes. A Psicologia é uma ciência do comportamento e das vivências. Ocupa-se dos processos da percepção, do pensamento e da volição, bem como de faculdades tais como a inteligência. Ademais, examina os temperamentos, os interesses e posicionamentos, bem como o comportamento dos seres vivos como indivíduos e em sociedade.
     A Psicologia é uma ciência empírica. Ela não pode ser classificada exclusivamente como uma ciência natural, humana ou social. A Psicologia procura descrever e explicar a realidade, bem como encontrar regras e leis para isso. Intimamente relacionada com a explicação, encontra-se a tentativa de previsão do comportamento humano e, com base em determinadas conexões, a possibilidade de prever prováveis desenvolvimentos. Estes deverão ser então reforçados ou direcionados noutro sentido.

Psicologia Profunda

     Com a Psicologia Profunda, desenvolveu-se uma corrente contrária ao Behaviorismo. No centro de suas preocupações estava agora a distinção entre domínios conscientes e inconscientes, encontrando-se ocultos no inconsciente sobretudo pensamentos, lembranças e sentimentos. Partia-se de que a vivência e o comportamento conscientes poderiam ser influenciados por conteúdos inconscientes, e que, portanto, o inconsciente poderia representar uma fonte de sofrimento psíquico. O seu representante mais famoso é Sigmund Freud (1856-1939), que foi o fundador da Psicanálise.


Sigmund Freud (1856-1939)

     Seu método de tratamento surge do assim chamado método catártico - por meio da hipnose, induz os pacientes a retornarem ao estado psíquico no qual os sintomas se manifestaram pela primeira vez. Assim emergem do inconsciente lembranças, pensamentos e impulsos, cujas vivência e narração renovadas conduzem à regressão dos sintomas da doença. Freud chega assim ao reconhecimento de que particularmente os distúrbios da sexualidade causam doenças. Sua controversa teoria foi muito discutida, dando origem a novas escolas de Psicologia Profunda.
     Alfred Adler (1870-1937) considerava como principal causa da formação de neuroses a vontade de poder e de afirmação, favorecidas por exemplo pela angústia social.


Alfred Adler (1870-1937)

     Carl Gustav Jung (1875-1961), fundador da Psicologia Analítica, ampliou o conceito de inconsciente para o inconsciente coletivo e cunhou os conceitos de extroversão e introversão.


Carl Gustav Jung (1875-1961)

     No desenvolvimento posterior da Psicanálise, sobretudo nos EUA, a ênfase foi deslocada para a análise do papel das causas psicossociais e relativas às teorias do ambiente no surgimento das doenças.



terça-feira, 30 de julho de 2013

Behaviorismo


     Em 1912-13, aparecem os primeiros escritos sobre temas Behavioristas, de William McDougall (1871-1938) e John B. Watson (1878-1958). A Psicologia era definida aqui como doutrina do comportamento, entendendo-se comportamento como a reação de um organismo a um estímulo. Partia-se do princípio de que comportamentos complexos eram compostos de unidades simples de estímulo-resposta.

William McDougall (1871-1938)

     A Psicologia Behaviorista propõe-se a finalidade de ser  capaz de, sendo dado um estímulo, prever a respectiva resposta, ou de, contrariamente, com base na resposta, estabelecer qual estímulo a desencadeou. No centro das atenções estavam o surgimento de comportamentos aprendidos, bem como os efeitos de sucesso, fracasso, prêmio e punição. 

John B. Watson (1878-1958)

     Watson defendia a tese segundo a qual o comportamento inato seria substituível por novos hábitos livremente escolhidos: "Deem a uma dúzia de crianças sadias e bem conformadas e meu próprio especificado mundo, a fim de que elas possam ser criadas nele, e eu garanto que educarei qualquer uma, escolhida ao bel-prazer, de modo que ela se torne um especialista qualquer, para o qual eu a pudesse escolher - médico, jurista, artista, comerciante, sim, até mesmo mendigo ou ladrão, independentemente de seus talentos, inclinações, objetivos, faculdades e origem de seus ancestrais." A personalidade e o desenvolvimento da vida emocional eram vistos por Watson como resultado do aprendizado.
     Ao longo do processo de desenvolvimento posterior do Behaviorismo surgirão, cada vez mais, novas concepções teóricas. Assim, as interações estímulo-resposta, que constituem o comportamento, foram ampliadas por outros fatores, tais como a motivação. Representantes das novas teorias são Clark Hull (1844-1952) e Edward Tolman (1886-1956).


Clark Hull (1844-1952)
Edward Tolman (1886-1956)



                                         



Psicologia No Século 20

     No fim do século 19, a Psicologia conquistou cada vez mais a posição de uma ciência autônoma. Constituíram-se ramos da Psicologia Aplicada, sobretudo no âmbito da indústria, da arte militar e da psiquiatria.
     No século 20, surgiram correntes teóricas pertencentes unicamente à Psicologia, como Psicologia Profunda e o Comportamentalismo ou Behaviorismo.



Imagem meramente ilustrativa.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Psicologia Experimental


     No âmbito da Psicologia Experimental são investigadas as conexões de fenômenos psíquicos e suas condições de surgimento. Wilhelm Wundt (1832-1920) criou o primeiro laboratório psicológico em 1879, em Leibzig.
   
Wilhelm Wundt (1832-1920)

     A área de concentração de suas pesquisas era o domínio do psicodiagnóstico e das sensações dos sentidos, da apercepção, ou seja, a atenção, a reação e as emoções. Foram empregados métodos fisiológicos particularmente na investigação das emoções. Assim, Paul Mentz, um colaborador de Wilhelm Wundt, investigou a influência de sons, ruídos, gostos e imagens nas batidas do coração e na respiração.


Wilhelm Wundt e seus colaboradores.

     Ao mesmo tempo, em Berlim, Hermann Ebbinghaus (1850-1909) realizou experimentos sobre a memória. Em experimentos consigo mesmo, ele aprendeu a de cor sílabas sem sentido. Com base nos seus resultados de aprendizado, construiu duas curvas: por um lado, uma curva de aprendizado, que representa o crescimento da retenção na dependência do exercício, e, por outro, uma curva do esquecimento, que registra o decrescimento da retenção em relação com a duração do tempo passado desde o aprendizado. 


Interior do laboratório de Wilhelm Wundt 

Interior do laboratório de Wilhelm Wundt



                                   








Psicometria

     Como a alma era vista agora como parte da natureza, partia-se do princípio de que os fenômenos anímicos também eram passíveis de mensuração e contagem. Esse procedimento foi designado como Psicometria.
     Um dos primeiros que se ocuparam com a Psicometria foi Gustav Theodor Fechner (1801-87). Ele investigou as representações na consciência de características físicas e o efeito estético de objetos percebidos.



Gustav Theodor Fechner (1801-87)



Psicologia Fisiológica - Século 19

     O espírito humano, que realiza o conhecimento da sabedoria e de regularidades, estava no centro das atenções. Constituíam temas centrais de investigação à essência da alma, ou seja, a consciência, bem como a vida da alma, que abrange todas as funções psíquicas, tais como cognições, motivação e sentimentos.
     Mais funções psíquicas foram, então, consideradas em sua conexão com processos corporais. Essas considerações foram motivadas pelos crescentes conhecimentos sobre autonomia e fisiologia do sistema nervoso e sobre a ligação dos órgãos sensoriais e dos músculos com o cérebro.
     Um trabalho excepcional foi realizado por Hermann von Helmholz (1821-94), no qual são expostas as bases anatômicas, fisiológicas e físicas da visão. 
     Lançando mão desses conhecimentos, a Psicologia Científico-Natural concentrará sua atenção na Psicologia dos Sentidos e da Percepção.


Hermann von Helmholz (1821-94)


domingo, 28 de julho de 2013

Psicologia Do Desenvolvimento

     O começo da Psicologia do Desenvolvimento foi marcado por detalhadas exposições de casos singulares por parte de diversos pedagogos, escritores e cientistas. Em geral, eles observavam os próprios filhos e protocolizavam o seu desenvolvimento. Nos assim chamados Diários Paternos, eram registrados o desenvolvimento motor e da fala. O desenvolvimento em si mesmo era considerado como amadurecimento de disposições naturais. Por meio dessas observações, os pesquisadores tentavam distinguir os comportamentos herdados dos adquiridos.
     Em 1914, na obra de William Stern (1871-1938), aparece pela primeira vez a descrição de métodos experimentais para a investigação de fenômenos da Psicologia do Desenvolvimento.

William Stern (1871-1938)

     Apenas mais tarde, a Psicologia do Desenvolvimento seria estendida da infância à adolescência e, finalmente, por meio de Charlotte Buehler (1893-1974), a todos os estágios ou idades da vida.


Charlotte Buehler (1893-1974)




Psicologia Animal - Século 18

     No século 18 difundiram-se cada vez mais as teorias sobre a origem e descendência do homem. Sobretudo, a teoria da Seleção Natural das Espécies de Charles Darwin (1809-82) foi alvo de grande atenção.
     Em sua teoria da Seleção natural das Espécies, Darwin partia do princípio de que todas as formas de vida se desenvolveram por meio de adaptação ao meio ambiente e de que ao homem atual foram transmitidas certas propriedades hereditárias de seus antepassados. Ele chega assim à hipótese segundo a qual devem existir significativas semelhanças entre humanos e animais. Ademais, Darwin supõe que também na expressão de sentimentos tem de haver pontos em comum entre homens de diversas culturas e gerações bem como entre estes e os animais.
     Além de Darwin, houve muitos outros cientistas que pesquisaram essa temática, de modo que, no fim do século 19, a Psicologia dos Animais tinha atingido o desenvolvimento de uma moderna ciência natural. No primeiro plano das investigações encontravam-se o instinto, o hábito, a hereditariedade e o aprendizado.


Charles Darwin (1809-82)


História Da Psicologia - Romantismo

     Em fins do século 18 se deu uma decisiva reviravolta. O foco na razão deu lugar ao retorno à natureza. O conceito de alma foi ampliado a toda a natureza, de modo que se passou a ter interesse não só pelo homem, mas também pelos seres vivos mais simples. No centro das atenções se encontravam, sobretudo, as peculiaridades de indivíduos e de comunidades de vida.
     Desenvolveram-se a Psicologia Animal, Psicologia Social, Psicologia do Desenvolvimento, a Psicologia dos Povos, bem como a Psicologia Diferencial e a Psicologia da Personalidade.


Imagem Ilustrando O Romantismo, No Século 18




Empirismo

     Em oposição ao racionalismo, que acentua a razão do homem, o ponto principal para o Empirismo reside na experiência (empiria) e na percepção sensível. O homem é capaz de ordenar, elaborar e até de generalizar a sua experiência.
     O filósofo britânico John Locke (1632-1704) partia do principio de que a mente humana, por ocasião do nascimento, equivale a uma lousa em branco (tabula rasa).

John Locke (1632-1704)

     Por meio das experiências, o homem adquire conhecimentos necessários para a configuração de sua vida. Locke distingue duas espécies de atividade mental: a experiência sensorial ou sensação, voltada para o mundo externo, e a reflexão, ou seja, a auto-observação do perceber, do pensar e de outras atividades mentais. Apenas por meio da interação entre sensação e reflexão é que, segundo o seu parecer, a mente pode ser preenchida.
     Em 1748 é publicado o livro O Homem-Máquina, de Julien Offray de la Metterie (1709-51). O homem é descrito nessa obra como mecanismo auto controlável, dependente de energia externa. O espírito é reduzido ao cérebro que, por sua vez, é considerado uma máquina fabricadora de símbolos.


Julien Offray de la Metterie (1709-51)


História Da Psicologia - Racionalismo

     No Racionalismo se partia de uma ordem global do mundo, determinada pela razão. Um importante representante do Racionalismo é Christian Wolff (1679-1754), que exerceu grande influência sobre a filosofia na Alemanha. Escreveu, em 1720, o primeiro manual que relacionava os mais importantes conceitos psicológicos com as designações alemãs.
     Com isso, a Psicologia experimentou um enorme impulso no interior da comunidade de língua germânica. Para Wolff, a alma forma uma unidade espiritual dotada de consciência. Defendia também a concepção de que corpo [Leib] e alma são separados um do outro. Fazia uma distinção entre história da alma e ciência da alma.
     Sob o conceito de história da alma, ou de Psicologia Empírica, ele subsumia um conjunto de fenômenos psíquicos, tais como: impressões sensoriais, percepção, representação, memória, linguagem, sentimento e vontade. Com o conceito de ciência da alma, ou Psicologia Racional, Wolff relacionava tudo o que deve penetrar a essência da alma e do espírito.


Christian Wolf (1679-1754)

René Descartes

     René Descartes (1596-1650) assumiu uma posição de destaque como precursor do Iluminismo. Ele se ocupou com o comportamento e os sentimentos do homem. Partia do princípio de que corpo e mente não formavam uma unidade, funcionando separadamente um do outro. Mas ele pressupunha interações entre ambos. Com efeito, Descartes observou vivências emocionais que produziam modificações no corpo, e estados somáticos que influenciavam os sentimentos.
     Também se ocupou com a credibilidade das impressões sensoriais. Descartes chegou à conclusão de que apenas o pensar se daria a certeza que as experiências são reais e não um sonho. É dele a famosa frase: "Cogito ergo sum" (latim., penso, logo existo). René Descartes é considerado, em geral, o pai da filosofia moderna e, em particular, o fundador do Racionalismo.


René Descartes (1596-1650)

sábado, 27 de julho de 2013

História Da Psicologia - O Iluminismo

     A época do Iluminismo reforça o conflito entre religião e ciência. A fé, que tudo põe nas mãos de Deus, foi substituída pela tese segundo a qual o homem dispõe de uma vontade livre. Partia-se da pressuposição de que o homem era dotado de razão suficiente para penetrar a essência do mundo e do humano.
     Em primeiro plano, encontravam-se aqui, em especial, duas correntes de pensamento. Por um lado, o racionalismo, determinado por reflexões conduzidas pela razão, e, por outro, o empirismo, baseado em observações meticulosas e planejadas. Por meio da desvalorização da teologia e religião pela ciência, a Psicologia experimentou por sua vez uma revalorização. A concentração na razão humana conduziu a uma mais intensa consideração das funções espirituais do homem.


Figura Simbolizando O Iluminismo

O Termo Psicologia

                                                             Saiba +

     O termo "Psicologia" é derivado da língua grega. É composto pelas palavras "psyche", alma, e "logos", estudo ou teoria. Desde que Melanchthon o empregou, esse termo foi usado apenas separadamente por outras disciplinas. O domínio teórico "Psicologia" era denominado nessa época também de pneumática, doutrina do espírito ou animástica.
     Do latim, o termo "Psicologia" passou primeiramente para a língua alemã e, mais tarde, no século 18, para as línguas francesa e inglesa. Somente no século 19 é que essa designação se estabelece plenamente.



Martinho Lutero

     Na Idade Média tardia ocorre uma verdadeira revolução social. Um movimento de protesto conduzido por Martinho Lutero (1483-1546) leva à reforma da Igreja na Alemanha.
     Surge a escola filosófica do Humanismo, que se remete tanto à filosofia romana como também à grega. A autonomia do pensamento individual bem como a revalorização do homem singular ocupavam o centro das considerações. Um amigo de Martinho Lutero, Philipp Schwarzerdt (1497-1560), que mais tarde se chamaria Melanchthon, foi o primeiro a utilizar em suas preleções o termo "Psicologia".
     Como Tomás de Aquino, Melanchthon também se ocupa com as doutrinas de Aristóteles. Ele aceita sua teoria dos três níveis da alma, distinguindo as partes orgânica, animal e humana da alma.


Martinho Lutero (1483-1546)


Philipp Schwarzerdt (1497-1560)

Tomás de Aquino

     Tomás de Aquino (c. 1225-74) é o principal representante da filosofia da Idade Média, a escolástica. Ele atribui à filosofia, diante da religião, um valor elevado e escreve  a obra Summa Theologica. Em suas teses, o aquinatense procura unir a teologia com a filosofia medieval.
     Em especial, levou as doutrinas de Aristóteles a um novo reconhecimento, à medida que as interpretava em sentido bíblico. Segundo Tomás de Aquino, a alma humana apresenta uma forma essencial unitária, que abrange tantos aspectos corpóreos como também espirituais do homem.
     A vinculação corpórea determina que a alma surja somente com a concepção: a dimensão espiritual possibilita que a alma, após a morte do corpo, continue vivendo e que, por conseguinte, seja imortal. No sentido de Aristóteles, Tomás de Aquino procede a uma partição de diversas funções anímicas.


Tomás de Aquino (c. 1225-74)

Os Temperamentos Segundo Hipócrates



     1° - Temperamento Fleumático

     2° - Temperamento Sanguíneo

     3° - Temperamento Melancólico

     4° - Temperamento Colérico

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Agostinho

     Uma destacada personalidade dessa época (Idade Média) foi Aurélio Agostinho (354-430), filho de mãe cristã e de pai pagão. No ano 386, ele encontra a fé cristã e deixa-se batizar um ano depois. Em 395, é sagrado bispo.
     Em seus livros, tenta conciliar críticas idéias filosóficas com as escrituras sagradas, unindo assim teologia e filosofia. Concentrando-se nas sensações sensoriais e nos desejos, estabeleceu como ponto principal de suas reflexões a função do espírito, que ordenava numa conexão temporal: se o espírito humano se ocupa com o passado, ativa-se a memória; se o espirito se volta para o presente, mobilizam-se a intuição e o entendimento, e se o espírito se dirige para o futuro, a vontade é ativada.
     Agostinho partia do pressuposto de que a alma formava uma unidade.

História Da Psicologia - Idade Média

                                                                Idade Média


     Nos últimos tempos do Império Romano, o cristianismo difunde-se cada vez mais por toda a Europa, tornando-se a fé dominante. Com a mudança religiosa veio também uma mudança do pensamento no sentido de uma filosofia cristã.
     Os intelectuais do clero apropriaram-se de muitas idéias de Platão e as adaptaram às histórias da Bíblia. Nessa época, partia-se do pressuposto de que a alma de cada homem era criada individualmente. A alma era considerada incorpórea, impregnada pela razão e imortal.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Cláudio Galeno


     O médico Galeno (c. 129-c. 199) parte da teoria dos humores corporais de Hipócrates (c. 460 a.C.-c. 370 a.C.) e desenvolve uma teoria sobre as conexões entre os fluidos corporais e a personalidade. Ele supunha que cada homem trazia em si uma mistura de sangue e fleuma, bem como de bile amarela e negra. Na dependência de qual dos fluidos seja preponderante, Galeno distingue quatro tipos de personalidade, que designa de temperamentos:

     1° - Ao primeiro tipo pertencem os Sanguíneos, nos quais o sangue prepondera no corpo, que são rápida e fortemente excitáveis mas também alegres;

     2° - Nos Fleumáticos, que mostram reações lentas e fracas, sem contudo ficarem aborrecidos, prepondera o fleuma;

     3° - Pessoas que são rápida e fortemente excitáveis e, em sua maioria, facilmente irritáveis, os assim chamados Coléricos, tem preponderância da bile amarela;

     4° - Havendo excesso de bile negra, as pessoas são Melancólicas, ou seja, reagem lenta e francamente e, na maioria, são tristes.


Cláudio Galeno (c. 129-c. 199)

Hipócrates (c. 460 a.C. -c. 370 a.C.) 






terça-feira, 23 de julho de 2013

Aristóteles

     Mais tarde se dará, com Aristóteles (384-322 a.C.), uma inversão da teoria dualista da alma para um modo de ver monista, segundo o qual há uma estreita ligação entre corpo e alma. O corpo é visto então como instrumento da alma. Aristóteles também subdivide a alma em três unidades:

     1° - Uma alma vegetativa, que exerce uma função nutritiva;

     2° - Uma alma animal, que controla os desejos e as sensações;

     3° - Uma alma espiritual, que incorpora a faculdade da lógica.

     A alma espiritual assume um papel especial, uma vez que ela é independente do corpo e, por conseguinte, imortal. Essa partição da alma impregnou por muito tempo o desenvolvimento teórico da Psicologia.



História Da Psicologia - Na Antiguidade

                                                                  Platão

     O filósofo Platão (c.427-347 a.C.) aproveitou as idéias dos órficos e deu-lhes um novo desenvolvimento. Segundo ele, a alma era semelhante ao ar e insuflava vida no corpo. Partia da tese segundo a qual a alma era constituída por três partes:

     1° - Uma alma apetitiva e provedora, com sede no baixo ventre;

     2° - Uma alma irascível e resoluta, que se encontrava no tórax;

     3° - E uma alma racional ou pensante, que tem sua sede na cabeça.

     Apenas a alma pensante é imortal e pode separar-se do corpo após a morte.


Orfeu!

                                                                     Saiba  +

      Orfeu é uma figura da mitologia grega. É o filho do deus Apolo. Por meio de seu canto extraordinário, Orfeu tem poder sobre homens, animais e entes divinos. Com efeito, ele mobiliza seus poderes para libertar a sua esposa, Eurídice, do mundo subterrâneo. Com sua canção, comove os deuses de tal modo, que estes permitem o retorno de Eurídice para o mundo dos vivos.

     Mas como Orfeu não obedece à ordem de não olhar para trás até alcançarem o mundo superior, Eurídice acaba tendo de permanecer no submundo.


História Da Psicologia - Antiguidade

     Já na Antiguidade, existiam teorias sobre a constituição da alma. Na Grécia, por volta de 600 a. C., deu-se uma crescente difusão do movimento órfico. Os órficos, como seus seguidores eram chamados, veneravam Orfeu como um semideus que incorporava a síntese entre arte poética, ciência e religião. Os órficos estavam convencidos de que a alma podia levar uma vida autônoma separada do corpo. 

     Acreditavam que a alma era capaz de migrar de corpo em corpo bem como em sua imortalidade. Também os sonhos possuíam um elevado valor para eles. À alma era atribuída à faculdade de deixar o corpo durante o sono, de modo que os sonhos noturnos eram considerados vivências da alma num mundo do além.