Para Jung, a Psique também é constituída por uma parte Consciente e outra Inconsciente. Jung subdivide o Inconsciente ainda em Inconsciente Pessoal e Coletivo. No Inconsciente Pessoal, encontram-se Conteúdos Psíquicos Inconscientes que a pessoa foi adquirindo ao longo de sua vida. O Inconsciente Coletivo abrange a Herança de Gerações Passadas. Os conteúdos revelam-se com frequência em Sonhos com Símbolos Arcaicos, os assim chamados Arquétipos. O Arquétipo Central é o Self. Abrange tanto o Núcleo da Personalidade quanto todo o Cosmo. Representa a Completude do Ser Humano, com suas contradições e polaridades. Em determinadas Fases da Vida de uma pessoa, ocorrem situações que ativam determinados Arquétipos.
Carl Gustav Jung |
Jung acreditava que os Arquétipos influenciam o desenvolvimento de uma pessoa de modo determinante. Ele denomina esse desenvolvimento de processo de Individuação. A Individuação transcorre em duas fases:
- Na primeira metade da vida, a pessoa tem a tarefa de ocupar o seu lugar no mundo externo. As funções principais da Consciência no Eu tem de ser desenvolvidas. Ela deixa a família para construir a sua Persona. Isso ocorre na vida profissional, na constituição da própria família e na sua posição social. Nesse tempo se produzem quatro processos Psíquicos: as Funções Básicas - Pensamento, Intuição, Sentimento e Sensação -, que podem manifestar-se como Introversão ou Extroversão.
- Na segunda metade da vida, a pessoa depara-se com o Mundo Interno. Ele amplia o conhecimento do ser humano e de si mesmo, à medida que toma consciência de propriedades inconscientes. Dá-se, então, um entendimento ou ajuste com os Arquétipos. Primeiramente, ele se depara com a Sombra, o lado desconhecido do Eu. Este contém o Reprimido, o Não-Vivido. A pessoa é constantemente perseguida por uma Sombra, que representa as partes positivas e negativas da Personalidade. A Sombra tem a capacidade de controlar a pessoa. Pode conter, entre outras coisas, Más Intenções, Impulsos Sexuais ou ainda Facetas Artísticas. Uma forma especial de Sombra são a Anima, nos homens, e o Animus, nas mulheres. São determinadas pela parte sexualmente oposta dos pais, e fazem-se valer na escolha do parceiro. Anima e Animus estão, por assim dizer, no umbral para o Inconsciente, o reino dos Arquétipos. Quando por algum motivo a Individuação é prejudicada, surgem então doenças psíquicas.
O objetivo da Terapia é levar adiante a Auto-Realização. O Self deve ser conduzido das estruturas arquetípicas para uma vida configurada individualmente. O procedimento terapêutico consiste em apoiar o crescimento e a Individuação. Em primeiro plano estão o Fortalecimento do Eu, a Resistência diante dos Arquétipos Coletivos, bem como o crescimento relativamente a um Self plenamente integrado. A pessoa deve estar em condições de reconhecer a sua Sombra e também o seu lado positivo.
O entendimento ou ajuste com os mitos e fábulas é de grande importância. Aqui são apresentados os efeitos dos Arquétipos. Ademais se reúne o tesouro completo de experiências da humanidade na sua lida com crises e problemas. Além da Interpretação dos Sonhos, empregam-se na Terapia a Imaginação Ativa e a Criação Inconsciente, como a Pintura, a Dança ou Modelagem.
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