Resumo Do Capítulo III
1° Provas E Utilidades Iniciais Do Surgimento Da Psicanálise - Provas de ela ser útil para lançar luz sobre outras atividades que não a atividade mental patológica, logo se apresentaram, em vinculação com dois tipos de fenômenos: as Parapraxias muito frequentes que ocorrem na vida cotidiana - tais como esquecer coisas, lapsos de língua e colocação errada de objetos - e os Sonhos tidos por essas pessoas sadias e psiquicamente normais. Pequenas falhas de funcionamento, tais como o esquecimento temporário de nomes próprios normalmente familiares, lapsos de língua e de escrita, e assim por diante, até então não tinham sido considerados dignos de qualquer explicação, ou se imaginava que fossem explicáveis por estados de fadiga, pela distração da atenção etc. O presente autor demonstrou então, a partir de muitos exemplos, em seu livro The Psychopathology Of Everyday Life (1901b), que acontecimentos desse tipo tem um Significado ou surgem devido a uma intenção Consciente com a qual interfere uma outra, suprimida ou realmente Inconsciente. Via de regra, uma rápida reflexão ou breve análise é suficiente para revelar a influência interferente. Devido à frequência de parapraxias tais como os lapsos de língua, tornou-se fácil a qualquer pessoa convencer-se, por sua própria experiência, sendo, não obstante, operantes, e que, pelo menos, encontram expressão como inibições e modificações de outros atos pretendidos.
2° O Introdutório Da Interpretação Dos Sonhos - A análise dos Sonhos levou mais longe: ela foi trazida a público pelo presente autor já em 1900, em A Interpretação De Sonhos, que demonstrava serem os sonhos construídos exatamente da mesma maneira que os sintomas neuróticos. Como esses últimos, eles podem parecer estranhos e sem sentido; porém, se os examinarmos através de uma técnica que pouco difere da Associação Livre utilizada na Psicanálise, somos levados de seu Conteúdo Manifesto a um Significado Secreto, aos Pensamentos Oníricos Latentes. Esse Significado Latente é sempre um Impulso Desejoso, o qual se representa como Realizado no momento do Sonho. Entretanto, exceto em crianças pequenas e sob a pressão de necessidades físicas imperativas, esse desejo secreto jamais pode ser expresso de modo identificável. Ele primeiro tem de se submeter a uma Deformação, que é o trabalho de Forças Censurantes, Restritivas, tal como é relembrado na vida desperta. Ele é Deformado, a ponto de ser irreconhecível, por concessões feitas à Censura do Sonho, porém pode ser, através da análise, mais uma vez revelado como expressão de uma situação de Satisfação ou como a Realização de um Desejo.
3° O Que É Sonho Para A Psicanálise? - A fórmula que, no fundo, melhor atende à essência do Sonho é esta: o Sonho é uma Realização (disfarçada) de um Desejo (reprimido). O estudo do processo que transforma o Desejo Latente Realizado No Sonho no Conteúdo Manifesto Do Sonho - processo conhecido como 'Trabalho Do Sonho' - ensinou-nos a maior parte do que sabemos sobre a vida mental inconsciente. Ora, o Sonho não constitui um Sintoma Mórbido, mas é o produto de uma mente normal. Os Desejos que ele representa como Realizados são os mesmos que aqueles reprimidos nas neuroses. Os Sonhos devem a possibilidade de sua gênese simplesmente à circunstância favorável de a Repressão, durante o estado de sono que paralisa o poder do movimento do homem, ser mitigada na Censura Do Sonho. Assim, prova-se que as mesmas forças e os mesmos processos que se realizam entre elas operam tanto na vida mental oral quanto na patológica. A partir da data de A Interpretação De Sonhos, a Psicanálise teve uma dupla significação. Constitui não apenas um novo método para tratar as neuroses, mas também uma nova Psicologia; reivindicou a atenção não só dos especialistas em nervos como também a de todos que eram estudiosos de uma ciência mental.
4° O Ataque À Psicanálise - A recepção que lhe foi dada no mundo científico, porém, não foi amistosa. Por cerca de 10 anos ninguém prestou atenção aos trabalhos de Freud. Por volta do ano de 1907, um grupo de psiquiatras suíços (Bleuler e Jung, em Zurique) atraiu a atenção para a Psicanálise, e uma tormenta de indignação, não precisamente fastidiosa em seus métodos e argumentos, irrompeu logo após, principalmente na Alemanha. Nesse aspecto, a Psicanálise partilhava da sorte de muitas novidades que, após certo lapso de tempo, encontraram reconhecimento geral. Entretanto, era de sua natureza que inevitavelmente despertasse uma oposição especificamente violenta. Ela feria os preconceitos da humanidade civilizada em alguns pontos especialmente sensíveis. Submetia todo indivíduo, por assim dizer, à Reação Analítica, por revelar aquilo que por acordo universal fora reprimido para o Inconsciente, e, desse modo, forçava seus contemporâneos a comportar-se como pacientes que, sob tratamento analítico, acima de tudo trazem suas próprias Resistências para o primeiro plano. Deve-se também admitir que não era fácil convencer-se da correção das teorias psicanalíticas, ou conseguir instrução na prática da Análise.
5° Freud E Seus Discípulos - Uma diferença essencial entre essa segunda década da Psicanálise e a primeira reside no fato de que o presente autor (Freud) não constituía mais seu único representante. Um círculo sempre crescente de alunos e adeptos se havia reunido em torno dele, dedicando-se, em primeiro lugar, à difusão das teorias da Psicanálise; depois, ampliaram, suplementaram e conduziram essas teorias a maior profundidade. Com o decorrer dos anos diversos desses defensores, como era inevitável, separaram-se, tomaram seus próprios rumos, ou se transformaram em uma oposição que pareceu ameaçar a continuidade do desenvolvimento da Psicanálise. Entre 1911 e 1913, C. G. Jung, em Zurique, e Alfred Adler, em Viena, produziram determinada agitação por suas tentativas de dar novas interpretações aos fatos da Análise e por seus esforços para um desvio do ponto de vista analítico. Entretanto, viu-se logo que essas secessões não haviam causado danos permanentes. O sucesso temporário que tenham atingido foi facilmente explicável pela presteza da massa das pessoas em livrar-se da pressão das exigências da Psicanálise por qualquer caminho que se lhes pudesse abrir. A grande maioria dos colaboradores permaneceu firme e continuou seu trabalho orientada pelas linhas a eles indicadas.
2° O Introdutório Da Interpretação Dos Sonhos - A análise dos Sonhos levou mais longe: ela foi trazida a público pelo presente autor já em 1900, em A Interpretação De Sonhos, que demonstrava serem os sonhos construídos exatamente da mesma maneira que os sintomas neuróticos. Como esses últimos, eles podem parecer estranhos e sem sentido; porém, se os examinarmos através de uma técnica que pouco difere da Associação Livre utilizada na Psicanálise, somos levados de seu Conteúdo Manifesto a um Significado Secreto, aos Pensamentos Oníricos Latentes. Esse Significado Latente é sempre um Impulso Desejoso, o qual se representa como Realizado no momento do Sonho. Entretanto, exceto em crianças pequenas e sob a pressão de necessidades físicas imperativas, esse desejo secreto jamais pode ser expresso de modo identificável. Ele primeiro tem de se submeter a uma Deformação, que é o trabalho de Forças Censurantes, Restritivas, tal como é relembrado na vida desperta. Ele é Deformado, a ponto de ser irreconhecível, por concessões feitas à Censura do Sonho, porém pode ser, através da análise, mais uma vez revelado como expressão de uma situação de Satisfação ou como a Realização de um Desejo.
3° O Que É Sonho Para A Psicanálise? - A fórmula que, no fundo, melhor atende à essência do Sonho é esta: o Sonho é uma Realização (disfarçada) de um Desejo (reprimido). O estudo do processo que transforma o Desejo Latente Realizado No Sonho no Conteúdo Manifesto Do Sonho - processo conhecido como 'Trabalho Do Sonho' - ensinou-nos a maior parte do que sabemos sobre a vida mental inconsciente. Ora, o Sonho não constitui um Sintoma Mórbido, mas é o produto de uma mente normal. Os Desejos que ele representa como Realizados são os mesmos que aqueles reprimidos nas neuroses. Os Sonhos devem a possibilidade de sua gênese simplesmente à circunstância favorável de a Repressão, durante o estado de sono que paralisa o poder do movimento do homem, ser mitigada na Censura Do Sonho. Assim, prova-se que as mesmas forças e os mesmos processos que se realizam entre elas operam tanto na vida mental oral quanto na patológica. A partir da data de A Interpretação De Sonhos, a Psicanálise teve uma dupla significação. Constitui não apenas um novo método para tratar as neuroses, mas também uma nova Psicologia; reivindicou a atenção não só dos especialistas em nervos como também a de todos que eram estudiosos de uma ciência mental.
4° O Ataque À Psicanálise - A recepção que lhe foi dada no mundo científico, porém, não foi amistosa. Por cerca de 10 anos ninguém prestou atenção aos trabalhos de Freud. Por volta do ano de 1907, um grupo de psiquiatras suíços (Bleuler e Jung, em Zurique) atraiu a atenção para a Psicanálise, e uma tormenta de indignação, não precisamente fastidiosa em seus métodos e argumentos, irrompeu logo após, principalmente na Alemanha. Nesse aspecto, a Psicanálise partilhava da sorte de muitas novidades que, após certo lapso de tempo, encontraram reconhecimento geral. Entretanto, era de sua natureza que inevitavelmente despertasse uma oposição especificamente violenta. Ela feria os preconceitos da humanidade civilizada em alguns pontos especialmente sensíveis. Submetia todo indivíduo, por assim dizer, à Reação Analítica, por revelar aquilo que por acordo universal fora reprimido para o Inconsciente, e, desse modo, forçava seus contemporâneos a comportar-se como pacientes que, sob tratamento analítico, acima de tudo trazem suas próprias Resistências para o primeiro plano. Deve-se também admitir que não era fácil convencer-se da correção das teorias psicanalíticas, ou conseguir instrução na prática da Análise.
5° Freud E Seus Discípulos - Uma diferença essencial entre essa segunda década da Psicanálise e a primeira reside no fato de que o presente autor (Freud) não constituía mais seu único representante. Um círculo sempre crescente de alunos e adeptos se havia reunido em torno dele, dedicando-se, em primeiro lugar, à difusão das teorias da Psicanálise; depois, ampliaram, suplementaram e conduziram essas teorias a maior profundidade. Com o decorrer dos anos diversos desses defensores, como era inevitável, separaram-se, tomaram seus próprios rumos, ou se transformaram em uma oposição que pareceu ameaçar a continuidade do desenvolvimento da Psicanálise. Entre 1911 e 1913, C. G. Jung, em Zurique, e Alfred Adler, em Viena, produziram determinada agitação por suas tentativas de dar novas interpretações aos fatos da Análise e por seus esforços para um desvio do ponto de vista analítico. Entretanto, viu-se logo que essas secessões não haviam causado danos permanentes. O sucesso temporário que tenham atingido foi facilmente explicável pela presteza da massa das pessoas em livrar-se da pressão das exigências da Psicanálise por qualquer caminho que se lhes pudesse abrir. A grande maioria dos colaboradores permaneceu firme e continuou seu trabalho orientada pelas linhas a eles indicadas.
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