sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sobre A Psicoterapia

                                                Resumo Do Texto: Sobre A Psicoterapia


      1° Nota Sobre O Tratamento Psicanalítico - Sem dúvida, o Tratamento Psicanalítico faz grandes exigências tanto ao doente quanto ao médico; do primeiro reclama o sacrifício da Sinceridade Total, mostrando-se demorado e, por isso mesmo, também custoso, para o médico, é igualmente demorado, e em vista da técnica que ele tem de aprender e praticar, é bastante trabalhoso. Por isso, considero perfeitamente justificável que se recorra a Métodos Terapêuticos mais cômodos, desde que haja uma perspectiva de conseguir algo através deles. Esse é, afinal, o único ponto decisivo; se, com o procedimento mais trabalhoso e prolongado, consegue-se mais do que com o método breve e fácil, justifica-se o uso do primeiro, apesar de tudo. Pensem, senhores, em quão mais incômoda e custosa é a Terapia de Finsen para o lúpus do que o método antes empregado de cauterização e raspagem; não obstante, o uso do primeiro significa um grande avanço, simplesmente porque rende mais; promove uma cura radical.

      Ora, não quero impor essa comparação, mas o Método Psicanalítico pode reclamar para si um privilégio similar. Na realidade, só pude elaborar e testar meu método terapêutico em casos graves ou gravíssimos; a princípio, meu material compôs-se unicamente de enfermos que tudo haviam tentado sem êxito e que tinham passado anos em instituições. Mal pude reunir experiência suficiente para dizer-lhes como se comporta minha Terapia nas doenças mais leves, de surgimento episódico, e que vemos curar-se sob as mais diversificadas influências e até de maneira espontânea. A Terapia Psicanalítica foi criada com base em doentes permanentemente incapacitados para a existência a eles destinada, e seu triunfo consiste em ter tornado um número satisfatório destes permanentemente aptos para a vida. Frente a esse resultado, todos os esforços despendidos parecem insignificantes. Não podemos dissimular de nós mesmos o que, perante o enfermo, estamos acostumados a negar: que a neurose grave, para o indivíduo que dela padece, não tem a menor importância do que qualquer caquexia, qualquer das temidas grandes enfermidades. 




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